Profissionais explicam o que é necessário para ser bem-sucedido tendo duas fontes de renda
O Brasil tem atualmente 11,6 milhões de desempregados e 90,8 milhões de pessoas com trabalho, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Quem tem emprego, porém, faz o que pode para driblar os problemas financeiros e fechar as contas no final do mês. Um caminho para isso é se aventurar em uma segunda atividade profissional para completar a renda.
No entanto, antes de aceitar uma proposta de emprego ou abrir o próprio negócio, é importante analisar como ganhar uma grana extra sem cair em armadilhas, como a redução da produtividade no trabalho principal — veja vantagens e desvantagens abaixo.
A supervisora de assessoria de carreira da Catho, Larissa Meiglin, explica que o ponto mais importante para decidir se você deve ou não ter uma segunda fonte de renda é pensar sua necessidade de ter esse emprego.
— O mais importante é avaliar a necessidade real de ter uma segunda fonte de renda, seja porque alguém da família está desempregado e é necessário suprir esse gap ou para poder manter o nível de qualidade de vida, mediante a alta de preços que também ocorreu por conta do atual cenário econômico.
Além disso, a especialista afirma que é muito importante entender quanto tempo o profissional tem disponível para a realização da segunda atividade, porque ela demandará um comprometimento maior da pessoa.
A partir do momento que você decidir que assumirá um novo compromisso profissional, há dois pontos essenciais que devem ser levados em conta, segundo gerente de recrutamento da consultoria especializada em RH Robert Half, Lucas Nogueira: as questões trabalhista e a ética.
— Uma pessoa pode ter duas atividades desde que o horário de uma não interfira na outra. Além disso, elas não podem ser atividades conflitantes. A pessoa tem o direito legal de trabalhar em dois locais, desde que esses dois pontos não sejam impactados.
Ainda sobre o momento da escolha, Nogueira explica que o grande diferencial para conseguir seguir as duas carreiras é que a segunda delas seja algo que desperte a paixão do profissional, já que exigirá muito mais da rotina.
Escolher somente por amor à carreira, no entanto, não é o único ponto que deve ser analisado. Larissa acredita que, para conseguir um bom rendimento financeiro com a segunda atividade, é preciso levar em conta qual o potencial de sucesso da atividade pretendida.
— Por exemplo, o profissional pensa em ser um revendedor de cosméticos, mas se em seu círculo de amizades, na família, no trabalho e na vizinhança muitas outras pessoas já trabalham com isso, talvez essa não seja uma boa opção.
Planeje com cuidado
Embora ter uma segunda de renda pareça perfeito em um primeiro momento, planejar sua rotina para inserir a nova atividade será o diferencial para ser bem-sucedido. Para Nogueira, o planejamento é o ponto chave para o sucesso e que ele não deve levar somente o lado financeiro em conta.
— É preciso pensar em quanto tempo precisará para fazer cada atividade e se você consegue se desvencilhar dela. Quanto mais inflexível, maior o risco de comprometer a atividade principal.
Ficar sobrecarregado e ter uma queda de performance nos dois empregos é um risco, caso o planejamento não seja bem executado, segundo Larissa.
— Ao se sentir sobrecarregado, o profissional pode ter alterações de humor, de sono, disposição e ficar mais propenso a ficar doente.
Mantenha a produtividade
Você conseguirá manter sua produtividade ao separar quais os momentos em que deve estar focado em cada uma das atividades. A supervisora de assessoria de carreira da Catho diz que olhar o celular constantemente para resolver problemas de uma das atividades profissionais quando está no horário de expediente da outra, por exemplo, pode ser um grande problema.
— A ideia é que o profissional esteja muito mais do que de corpo presente, mas que realmente esteja dedicado ao seu trabalho e ao atendimento das metas e resultados que foram estabelecidos.
O ideal é que sua segunda atividade seja algo que possa ser realizado durante seu tempo livre ou aos finais de semana. Por mais que o lazer possa ser um pouco sacrificado, as chances de você ter uma produtividade baixa diminuem consideravelmente.
Os especialistas explicam dão algumas dicas importantes para manter a produtividade: ter diferentes locais de expediente e trabalhar com pessoas diferentes, não abrindo um negócio com um colega de trabalho, por exemplo.
Fonte: R7