À primeira vista, o seguro é mais um custo a ser considerado no orçamento familiar. Porém, na maioria dos casos, ele ainda é a melhor opção para proteger o patrimônio e evitar gastos que podem levar ao endividamento
O seguro é um dos poucos produtos pelos quais se paga sem a intenção de usar. Mas acidentes acontecem, e muitos deles podem gerar custos altíssimos. Por isso, a melhor alternativa é ponderar os diversos fatores que envolvem a decisão, antes de posicionar-se. Fique atento aos prós e contras desse tipo de serviço:
Prós
– O valor do seguro, na maioria dos casos, é relativamente baixo, em relação aos custos gerados por um acidente, principalmente quando a colisão envolve diversos veículos ou vítimas. Segundo o SINCOR (Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo), o custo médio de um seguro de carro varia entre 3% e 10% do valor do automóvel.
– A opção de não contratar o seguro pode gerar perdas significativas de patrimônio e desequilibrar o orçamento, caso ocorra uma falha, um acidente ou mesmo o roubo do veículo. “Há um raciocínio que precisa ser feito: se no momento eu não tenho o dinheiro para custear o seguro de um carro, então, eu ainda não estou financeiramente preparado para ter um carro. Melhor adiar um pouco mais o plano”, defende o educador financeiro José Vignoli.
– Embora a utilização de alarmes e rastreadores minimize a chance de furto e roubo, é impossível garantir que esse tipo de sinistro não vai ocorrer. E, quando o pior acontece, o seguro garante a devolução do valor total do bem.
Contras
– O seguro é mais uma despesa a ser incluída no orçamento e seu custo pode representar até 10% do valor do carro. Supondo que seja parcelado em cinco vezes, é preciso ter mente que, durante esse tempo, você terá que dispor até 2% do valor do carro apenas para cobrir o seguro. “Como a idade, o sexo e localização do consumidor estão dados, a variável determinante para o preço do seguro será o valor do carro. Se o orçamento está apertado, esse consumidor pode optar por carro de valor menor. Com isso, ele fará uma economia e, de quebra, pagará um seguro menor, protegendo-se contra sinistros”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
– O dinheiro do seguro é capital imobilizado, ou seja, fica indisponível. Já se você optar por poupar o valor do seguro, direcionando-o para uma aplicação, poderá utilizar o dinheiro para outro fim, caso não ocorra o sinistro. “Ao avaliar o valor do seguro e o risco de sinistro, algumas pessoas podem optar por não comprar o produto e aplicar o dinheiro. Assim, se acontecer alguma coisa, terão uma reserva. Mas o que acontece, na prática, é que pouquíssimas pessoas são capazes de fazer um planejamento financeiro tão arrojado, de modo a montar uma reserva adequada para sinistros”, alerta o educador financeiro do SPC, José Vignoli.
De qualquer forma, os especialistas são unânimes em afirmar que a contratação de um seguro que cobre danos contra terceiros é essencial, qualquer que seja o modelo do carro. “O valor é bem menor que o do seguro completo, tradicional, e não costuma variar de forma considerável de acordo com o modelo do carro”, diz Márcia Marques Camacho, gerente da Smartia Seguros.
Diminuir riscos é possível
Embora nenhum cuidado preventivo ofereça a mesma tranquilidade fornecida pela contratação de um seguro de auto, para quem toma a decisão de não pagar pelo benefício, algumas orientações são válidas. Elas ajudam a diminuir as chances de colisão e roubo:
– Rastreadores GPS facilitam a localização do veículo em qualquer situação. Alarmes sonoros inibem furtos.
– Emprestar o carro aumenta a exposição a riscos. “Segundo as estatísticas do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), os jovens com pouca experiência são os maiores causadores de acidentes”, alerta Márcia Marques Camacho.
– Ficar atento à sinalização, respeitar os limites de velocidade e evitar falar ao celular também são medidas bastante eficazes para reduzir o risco de acidentes. Além disso, é melhor dispensar o carro quando estiver muito cansado ou sob o efeito de álcool e outras drogas.
Fonte: Meu Bolso Feliz