Novo ciclo de redução da Selic está próximo, mas sinais efetivos de melhora na economia devem demorar
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) considera acertada e prudente a decisão tomada na noite desta quarta-feira (31/8) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter pela nona vez seguida a taxa básica de juros em 14,25% ao ano.
O resultado anunciado já era aguardado pelos analistas do SPC Brasil e está em linha com o tom adotado na ata da última reunião do Copom, sinalizando que apesar dos preços estarem cedendo, a flexibilização da política monetária ainda depende de sinais mais claros de convergência da inflação à meta. Caso esses sinais se fortaleçam, é provável que o BC inicie a queda da Selic ainda no último trimestre de 2016.
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, “o adiamento do ciclo de afrouxamento monetário mostra que a nova direção do Banco Central está comprometida com a meta de inflação, já que apesar do recuo dos índices de preços, ainda há riscos significantes ao cenário de convergência do IPCA à meta. O Banco Central inclusive destacou na nota desta noite que o recuo da inflação foi mais lento que o esperado ainda que se tenha observado queda nas expectativas de inflação. Apesar de a economia apresentar um nível de ociosidade elevado, ainda é necessário trabalhar a ancoragem de expectativas e diminuir os efeitos da inércia inflacionária de anos anteriores”.
Pellizzaro Junior diz ainda que os efeitos benéficos de um novo ciclo de redução da Selic só serão sentidos na economia a partir da segunda metade de 2017, pois há uma defasagem de ao menos três trimestres entre o afrouxo monetário e dados de atividade, emprego e produção. “A evolução positiva na confiança dos consumidores e empresários deve ser potencializada pela queda nos juros, contribuindo ainda mais para a melhora do cenário macroeconômico”, analisa o presidente do SPC Brasil.
Fonte: CNDL