As mulheres ainda são minoria no mundo corporativo, sendo pouco representadas em todos os níveis de trabalho nos Estados Unidos, também sendo frequentemente criticadas como “agressivas demais” quando estão negociando, segundo o estudo “Women in the Workplace 2016”. Com a pesquisa, é possível enxergar a necessidade de mudanças estruturais, não só nas empresas americanas, mas em todo o planeta.
O estudo foi conduzido pela LeanIn.Org e McKinsey & Co., sendo publicado nesta terça-feira (27), baseado numa pesquisa em 132 empresas que empregam mais de 4,6 milhões de pessoas nas corporações norte-americanas. Segundo a pesquisa, mulheres são menos propensas a receber promoção, têm uma evolução mais lenta até cargos seniores e recebem um salário menor do que seus colegas do sexo masculino.
Além disso, os resultados do estudo mostram que a disparidade entre gêneros no mercado de trabalho está especialmente acentuada quando são levadas em consideração mulheres negras ou pardas. Nesse caso, existe um abismo entre elas e profissionais homens e brancos.
De acordo com o Women in the Workplace, as mulheres negociam tanto quanto os homens para serem promovidas e para receberem aumento de salário, mas são 30% mais propensas do que seus colegas a receber feedbacks negativos, sendo consideradas “intimidantes”, “muito agressivas” ou “mandonas”. Ou seja, para cada 100 mulheres promovidas, há 130 homens.
Assim, o estudo mostra que, apesar de lutarem por melhores condições profissionais, são menos promovidas que os homens. Isso contraria um pensamento muito comum de que elas têm “mais receio” de pedir por salários maiores e cargos mais altos.
Outro dado também acaba transparecendo a dificuldade de mulheres para receber uma resposta sobre seu trabalho – sendo bom ou ruim. De acordo com a pesquisa, mesmo pedindo por feedbacks como os homens, elas relataram bastante dificuldade em recebê-los.
A criadora da fundação LeanIng.Org, Sheryl Sandberg, escreveu um artigo para o Wall Street Journal em que defende mudanças urgentes e lembra a todos de que “há muito a ser feito” em relação à mulher no mercado de trabalho.
“Nós esperamos que homens sejam objetivos, assertivos, que pensem em si mesmos, que peçam por mais. Então, não existe muito julgamento quando fazem isso. Mas mulheres devem ser comunais e colaborativas, carinhosas e doadoras, focadas na equipe e não em si mesmas para que não sejam vistas como egocêntricas. Portanto, quando mulheres defendem a si mesmas, as pessoas frequentemente as veem de maneira desfavorável. Esse estudo é, portanto, uma lembrança de que ainda há muito o que ser feito”, escreveu.
Em um “mapa de igualdade de gêneros”, o estudo traz sugestões de políticas para empresas que desejam mudar ou melhorar algumas questões salientadas pelos resultados da pesquisa.
Desse modo, a empresária defende a mudança de paradigmas nas empresas quando o assunto é igualdade de gênero. Afinal, mulheres podem e devem ser líderes, ser promovidas e receber salários iguais aos de seus colegas homens. Enquanto a igualdade não estiver em todos os níveis de trabalho, ainda restará muito o que ser mudado no mercado.
Fonte: Economia – iG