Estudo buscou traçar o perfil dos jovens profissionais. Maioria dos que querem empreender buscam realização pessoal
Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que dois em cada três jovens brasileiros pretendem se tornar empreendedores nos próximos anos. A realização pessoal é a principal motivação para abrir o próprio negócio. Menos da metade dos pretensos empreendedores se dizem pessimistas com o mercado formal de trabalho.
Para a pesquisa, intitulada “Jovens Empresários Empreendedores”, foram entrevistados mais de 5,6 mil jovens profissionais, com idades entre 25 e 30 anos, de oito países: Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha, China, Índia e Rússia. Segundo a Firjan, foram feitas, aproximadamente, 600 entrevistas em cada país. Com isso, a entidade buscou traçar um perfil destes jovens profissionais.
A maioria dos entrevistados (76,4%) apontou a realização pessoal/de um sonho como principal motivação para empreender. A possibilidade de ter melhor qualidade de vida foi citada por 75,6% dos entrevistados. Ter oportunidade de altos ganhos financeiros foi considerado por 70% dos que responderam à pesquisa. Para 66,1%, o empreendedorismo se mostra como um mercado promissor. Já 64,5% dizem que não ter chefe lhes motivam a investir no próprio negócio.
Ter horários flexíveis é motivo de anseio para 60,7% dos jovens brasileiros que querem empreender. Trabalhar com algo que faça diferença positiva para a sociedade foi mencionado por 58,4% dos entrevistados. Além disso, 63,3% esperam encontrar respeito e reconhecimento profissional no empreendedorismo.
Embora o mercado de trabalho esteja em crise no Brasil, menos da metade (41,2%) dos entrevistados que pretendem empreender no país disseram ter falta de perspectiva com o mercado formal de trabalho.
A pesquisa mostrou ainda que para mais de 70% dos jovens brasileiros há ambiente atraente para a abertura de novos empreendimentos tanto nas capitais quanto nas pequenas cidades do país. De acordo com a Firjan, esta percepção é diferente para os jovens estrangeiros. Na China (67%) e na Índia (59%), por exemplo, a maioria dos jovens consideram que as metrópoles sejam o local ideal para investir em novos negócios.
Segundo a Firjan, por meio da pesquisa foi possível mensurar que os jovens empresários brasileiros se sentem mais realizados profissionalmente que os não são donos de um negócio. Dentre os entrevistados, 46,1% daqueles que têm o próprio negócio se declararam plenamente realizados. Dentre os jovens que atuam no mercado formal, apenas 25,6% citaram a plena realização pessoal e profissional.
Ainda considerando o perfil dos jovens que já empreendem, a maior parte deles (81,1%) montou sua empresa do zero. Apenas 15,4% herdaram o negócio e 3,2% o compraram. Dentre os que pretendem investir no empreendedorismo, 31,1% consideram que a opção mais fácil é dar continuidade no negócio familiar.
Fonte: G1