20% afirmam não fazer controle dos gastos feitos com ticket restaurante ou alimentação. Gasto total com alimentação fora de casa representa cerca de 30% do salário médio
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que uma em cada cinco pessoas que possuem vale restaurante e/ou alimentação não controlam os gastos feitos com essa modalidade (20%). Além disso, 27% admitem extrapolar o valor dos benefícios, sendo necessário complementar o total.
O levantamento também identificou que, embora seja uma prática não recomendada, 20% dos entrevistados que possuem ticket restaurante e/ou alimentação costumam vender o benefício para complementar a renda, sobretudo entre quem pertence às classes C, D e E (22%). “Vale ressaltar, porém, que a venda do benefício é uma prática não permitida, já que o benefício tem destino certo: a alimentação do colaborador”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
A venda pode, inclusive, gerar punições severas por parte da empresa, culminando até na demissão do trabalhador. “O ideal é que o trabalhador se organize para destinar o valor do benefício somente em alimentação para si mesmo, usando o seu salário para os outros gastos. A venda do benefício, além de não permitida, gera uma perda do valor total recebido pelo trabalhador, uma vez que a venda é sempre feita com ágio”, diz Kawauti.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho e da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador – ASSERT, em 2015 o programa beneficiou 19,5 milhões de pessoas entre os que recebem ticket refeição e alimentação. Desse total, 62,7% da força formal de trabalho foram atendidos pelo sistema de convênio (vale-alimentação representa 38,8% e o refeição 23,9%).
A economista-chefe alerta sobre a importância de controlar o uso do ticket: “O ticket alimentação ou restaurante é um benefício financeiro que precisa ser bem administrado para impactar positivamente a renda da pessoa. Quando utilizado da maneira correta, ou seja, sem gastos excessivos ou desnecessários, se torna um aliado do trabalhador, seja nas despesas diárias como alimentação fora de casa, seja nas compras do mês”. Uma refeição completa feita fora de casa, hoje, custa, em média, R$ 30,00 de acordo com dados da ASSERT. Considerando o salário médio de R$ 2.015,00 por trabalhador, apurado pelo IBGE, o gasto total com alimentação representa cerca de 30% do rendimento, segundo estimativa do SPC Brasil. “Por esse cálculo se pode ter ideia da importância de um benefício como o vale restaurante e alimentação”, conclui.
Fonte: CNDL