Entenda como a crise pode te ajudar nessa empreitada rumo ao sonho da casa própria
A maioria das pessoas já pensou em comprar um imóvel. Nos últimos anos, com a crise, essa realidade parecia distante. Agora, em 2017, para aqueles que têm esse objetivo e alguma reserva, algumas boas oportunidades voltaram a surgir. Segundo Luiz Paulo Junior, especialista em mercado imobiliário, essas ofertas aparecem justamente por causa da crise. “Chegamos a uma fase que precisamos fazer caixa. O desemprego aumentou, as empresas fecharam, o crédito tornou-se mais restritivo, e, em consequência, as reservas estão secando”, avalia. Nessa nova fase, o proprietário começa a ver seu próprio bem, ou seja, um imóvel, como uma forma de capitalizar-se E é nesse momento que os preços tendem a cair – não só dos imóveis antigos como das grandes incorporadoras que também derrubam os preços, afinal, precisam seguir a tendência da queda para não ficarem para trás. “Como muitos imóveis são colocados à venda, o mercado começa a ter uma super oferta. Como a demanda ainda é baixa, os preços despencam ainda mais”, avalia Luiz. Para Marcela Kawauti, mesmo com o momento mais favorável, é preciso ter cautela. “A hora é boa para quem tem dinheiro ou para quem precisa muito de um imóvel. Ou seja, comprar só porque o preço caiu não é aconselhável. Mesmo porque, o compromisso financeiro é altíssimo e, quem precisa se capitalizar para fazer a compra, precisa ter cuidado redobrado”, diz.
Fique atento às dicas abaixo e decida se chegou a hora:
Cheque se tem mesmo como pagar por ele
Com esse cenário, seus olhos brilharam? Então calma. É hora de, mais uma vez, analisar sua vida financeira. Para início de conversa, responda às perguntas:
1 – Quanto sobra do seu salário no final do mês?
2 – Dá para guardar mais se apertar os cintos?
3 – Você está saudável financeiramente há quanto tempo? Em outras palavras, está sem dívidas, fazendo uma reserva?
4 – Se você, por acaso, perder o emprego, e tiver o imóvel financiado, vai ter como arcar com as parcelas do financiamento?
Se as respostas a todas essas perguntas forem positivas, talvez seja hora de pensar no assunto. Mas é sempre importante que essa seja uma decisão bem estudada. Se você está em dúvida em relação ao seu emprego ou ainda precisa fazer alguns ajustes no orçamento, repense a decisão.
Organize quanto vai precisar gastar além do valor do imóvel
Liste quanto precisa além do valor da parcela do imóvel: reforma, manutenção, condomínio, impostos, além da reserva financeira para imprevistos. A lista de gastos que você terá além do gasto principal é extensa. Então, antes de se decidir, some, também, os gastos que terá mensalmente com seu imóvel nos primeiros anos após a compra. Entre eles: prestação do financiamento (caso vá financiar), condomínio, IPTU, gastos com mobília e decoração e contas de consumo (água, luz, internet, gás etc).
Fique de olho nas boas ofertas
Depois de avaliar sua situação e decidir que, sim, está na hora de se aventurar na busca pelo imóvel perfeito, o que você faz? Pesquisa. Bate perna, busca boas oportunidades em sites de compra de imóvel e contacta alguns corretores, certo? Mas com diferenças tão grandes de preços entre imóveis, como saber que está mesmo a frente de uma boa oportunidade? “O melhor primeiramente é comparar produtos”, aconselha Dante Deferian, CEO da Danpris Construções e Empreendimentos Imobiliários. Em outras palavras, comparar plantas, acabamentos e localização. Por exemplo: se você deseja uma casa em um bairro específico, busque diversas opções nesse bairro. Esse tipo de comparação deve ser feito com opções mais ou menos equivalentes. Assim, se uma oferta parecer tentadora, com uma avaliação ampla da região e das opções, você saberá se é mesmo um valor abaixo do mercado. “O ideal é não ter pressa e comparar o mercado frequentemente. Ele é dinâmico e suas condições mudam, para melhor ou pior, muito rapidamente”, conclui Dante.
Em outras palavras, não tenha pressa para pesquisar, negociar e escolher o local ideal.
Avalie suas opções de financiamento
Existem alguns canais indicados para quem quer obter crédito: no caso do programa Minha Casa Minha Vida, o financiamento deve ser feito pela Caixa Econômica. Se o financiamento será feito acima da faixa de valores do MCMV, a Caixa Econômica Federal ainda é a melhor escolha para taxas reguladas, ou seja, para empréstimos do sistema financeiro da habitação. Já os bancos privados são uma opção de financiamento nas demais taxas . De qualquer maneira, sempre vale avaliar todas suas opções antes de fechar negócio e, claro, pesquisar muito antes de tomar essa decisão.
Cuidado com o financiamento
Por fim, uma notícia que pode atrapalhar um pouco seus planos. A crise fez os preços baixarem mas, fez também, a dificuldade de conseguir crédito aumentar. “. A política não sustentável de consumo de crédito levou o Brasil a uma parada brusca na concessão de financiamentos imobiliários”, explica Luiz. Além da alteração de diversas linhas de financiamento, a escassez também se mostra rigorosa nas análises de crédito realizadas por instituições financeiras. Aqueles que usaram o sistema notaram que ser aprovado junto a um banco tornou-se uma tarefa árdua. Isso acontece porque, com o aumento da inadimplência no início da crise entre 2014 e 2015, os bancos começaram a agir com mais cautela para liberação do crédito e realizam um filtro em suas análises que ficam cada vez mais restritivas. Mesmo com os primeiros indícios de melhora na economia e uma leve tendência de queda na inadimplência, a cautela continua.
Não desanime
Caso você não seja aprovado ou não consiga se adequar às exigências, não desanime. Continue guardando dinheiro e consultando os bancos. Uma boa alternativa é utilizar o simulador da Caixa para saber quais suas possibilidades. Além disso, você pode ficar atento às dicas do Meu Bolso Feliz para potencializar ainda mais seu poder de guardar dinheiro e, claro, realizar seu sonho.
Fonte: Meu Bolso Feliz