Enquanto rendimento médio mensal dos mais ricos em 2017 foi de R$ 6.629, para os mais pobres foi de R$ 376. Grupo dos 10% mais ricos concentram 43,1% da renda do país
Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) evidencia o quanto permanece desigual a distribuição de renda no Brasil. Na média nacional, os mais ricos chegam a receber 17,6 vezes mais que os mais pobres. Na divisão por capitais, essa diferença chega a 34,3 vezes (marca registrada por Salvador).
Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal (incluindo, além da renda proveniente do trabalho, os rendimentos de aposentadoria, pensão, aluguel, programas sociais etc) per capita domiciliar em 2017 foi de R$ 6.629 para a parcela que representa os 10% dos brasileiros mais ricos. Já entre a parcela dos 40% mais pobres, o rendimento médio foi de apenas R$ 376.
A Região Nordeste é que apresenta a maior desigualdade nesta comparação. Nos estados nordestinos, os 10% mais ricos ganhavam cerca de 20,6 vezes mais que os 40% mais pobres no ano passado.
Em seguida, vem a Região Norte, com uma diferença de 18,4 vezes, o Centro-Oeste, com uma diferença de 16,3 vezes, o Sudeste, com 11,4 vezes. A menor desigualdade foi observada na Região Sul, onde os mais ricos ganhavam cerca de 11,4 vezes mais que os mais pobres.
Por estados e capitais
A desigualdade se amplia ainda mais quando se diminuiu o recorte territorial. Ao se analisar as 27 unidades da federação, o Amazonas tem os 10% mais ricos com rendimentos 30,1 vezes maiores que os 40% mais pobres. Já Santa Catarina tem a menor desigualde, sendo a diferença de rendimento entre estes dois grupos de 8,6 vezes.
Já na análise das capitais, observa-se que a diferença chega a 34,3 vezes em Salvador, a maior do país. Lá, enquanto os 10% mais ricos tiveram rendimento médio de R$ 8.895, o dos 40% mais pobres foi de R$ 280.
A menor desigualdade entre as capitais foi observada em Florianópolis, onde os mais ricos ganhavam em média R$ 9.180, o que representa 8,6 vezes mais que os mais pobres, cujo rendimento médio foi de R$ 880.
Mais ricos concentram 43,1% da massa de rendimento
Segundo o levantamento divulgado pelo IBGE, em 2017 o grupo dos 10% com os maiores rendimentos concentrava 43,1% de toda a massa rendimento, que é a soma de toda a renda do país. Já o grupo dos 40% com os menores rendimentos detiveram apenas 12,3% da massa.
Em 2016, o grupo mais rico concentrava 42,9% da massa de rendimento, enquanto o mais pobre detinha 12,4%. “A variação não é muito expressiva, mas a gente está analisando só dois anos”, ponderou o pesquisador Leonardo Athias.
Considerando a diferença da massa de rendimento, há regiões em que a parcela dos 10% mais ricos detinha cerca de 5,5 vezes mais que os 40% mais pobres.
Índice de Palma
A partir da análise da concentração da massa de rendimento se chega ao Índice de Palma, indicador que apresenta a razão do rendimento apropriado pelo décimo mais rico em comparação com os quatro décimos mais pobres do país.
O Índice de Palma no Brasil em 2017 ficou em 3,51. Isso significa que os 10% mais ricos tinham massa de rendimento cerca de 3,5 vezes maior que os dos 40% mais pobres. Em 2016, esse índice era de 3,47.
A análise regional do indicador permite perceber que a região Sul é a com a menor desigualdade na concentração de renda, tendo Índice de Palma de 2,79 em 2017. Dentre as demais regiões, o índice variou entre 3,32 no Sudeste e 3,85 no Nordeste, a mais desigual. O Norte ficou com índice próximo ao nacional, de 3,52. Já o índice do Centro-Oeste ficou em 3,68.
Fonte: G1 (leia na íntegra aqui)