Você sabia que pode investir em empresas sem, de fato, empreender? Existem opções de investimentos, não muito conhecidas, que possibilitam isso!
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em conjunto com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) questionou os brasileiros a respeito de seus investimentos. Descobriu-se que a maioria das pessoas não investe e, entre os que investem, 65% preferem a poupança, que está longe de ser a opção mais rentável.
Que tal mudar esse cenário? Hoje, apresentaremos a você opções de investimentos diferentes, que vão além do Tesouro Direto. Sabia, por exemplo, que mesmo sem ser empreendedor, você pode investir em empresas e lucrar com seus dividendos? Debêntures, investimento anjo, mercado de ações… Todas essas opções podem estar a um clique de você. Veja como:
Como investir em empresas por meio de debêntures
As debêntures são uma modalidade de investimento em que você adquire títulos de dívidas de empresas, como se estivesse emprestando dinheiro diretamente a elas, a fim de receber o montante de volta com juros. Na hora da compra, assim como no Tesouro Direto, há papeis pré e pós fixados, de forma que você consegue saber exatamente ou, pelo menos, ter uma boa ideia de quanto seu dinheiro vai render. Também é preciso ter conta na corretora para comprar.
É preciso lembrar que o maior risco de investir em debêntures é em relação ao caso de falência ou calote da empresa emissora do título, e não há cobertura do FGC neste caso.
E fique atento: as debêntures podem estar sujeitas a taxas de intermediação e custódia cobradas pela corretora e, normalmente estão sujeitas à cobrança de Imposto de Renda (apesar de existirem papéis isentos, as chamadas debêntures incentivadas).
“Normalmente, o investimento possui vencimento superior a dois anos, sendo indicado para o médio e longo prazos, já que em caso de resgate antecipado a rentabilidade pode ser menor do que a prevista”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
“Independentemente de onde você coloque seu dinheiro, uma das regras ao se investir é a diversificação do portfólio de investimentos. Aplicar em um único projeto é tão arriscado como aplicar todo seu dinheiro em uma única aplicação de risco elevado”, orienta Vignoli.
Como ser investidor anjo
Investidor anjo é a pessoa física que aplica capital próprio em empresas que demonstram potencial de crescimento. Em geral, essas empresas são chamadas de startups.
É preciso ter em mente que esse tipo de investidor não participa do negócio apenas financeiramente. O termo “anjo” foi escolhido justamente porque ele vai também apoiar e participar da construção e execução do plano de negócio em si, portanto, é essencial que ele tenha alguma expertise sobre o empreendimento em que vai investir seu capital.
“O retorno não acontecerá no curto prazo, mas com a maturidade da empresa”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. E, claro, é preciso ficar ciente dos riscos: se a empresa vier à falência, o investidor perde o capital aplicado.
Existem algumas plataformas online que servem justamente para dar visibilidade a startups e captar investidores. As mais populares são a StartMeUp, a Eqseed e a Anjos do Brasil.
Mercado de ações
Muita gente não sabe, mas quando você adquire ações de uma empresa (ou um fundo ações), você está se tornando sócio dela, ainda que tenha cotas bem pequenas. Dessa forma, a indicação é ler bastante sobre a empresa em questão e analisar seus rendimentos nos últimos anos antes de comprar suas ações.
Lembre-se: manter os investimentos no curto prazo sempre oferece risco maior de perdas. Aposte no longo prazo e em empresas bem consolidadas.
Para investir em ações, o primeiro passo é abrir uma conta em corretora.
Investimentos fora do país
Muitas empresas abrem capital na bolsa apenas nos Estados Unidos. Se você quer investir em uma dessas empresas, precisará abrir uma conta em uma corretora americana. O processo se faz online, mas é importante ter conhecimento sobre as modalidades e a legislação vigente no país de destino do investimento.
“Nesse caso, é importante lembrar que os investimentos estarão sujeitos às variações de câmbio – o que aumenta ainda mais sua volatilidade”, aconselha Marcela.
Que tal empreender?
“Empreender é uma forma de investir, já que são alocados recursos e se espera um retorno financeiro do dinheiro empregado”, explica Vignoli. Há diferenças, entretanto, entre as modalidades mais tradicionais de investimento e o empreendedorismo.
”Empreender e investir são duas atitudes que estão relacionadas, mas possuem características diferentes. Em ambas, você vai alocar seu dinheiro em algum recurso, esperando um ganho financeiro futuro em troca, mas possuem diferenças fundamentais, como o tamanho do risco, o tempo e a dedicação que você vai ter que dispensar, e o tamanho do retorno”, detalha Marcela.
Assim como investir, o ato de empreender requer muita pesquisa e conhecimento. Você precisa definir com muita clareza a sua área de atuação, o modelo de negócio, o público-alvo, entre outros aspectos. Muitos municípios possuem centros de incentivo ao empreendedorismo ou unidades do Sebrae, que podem ajudar a esclarecer as principais dúvidas sobre como ser dono do próprio negócio.
Meu Bolso Feliz