O público 50+ liderara as compras na internet em 2021

6 de abril de 2022

O celular é o meio mais usado nas compras online; as compras em lojas online
estrangeiras aumentaram acima do total geral do mercado

O público com mais de 50 anos mostrou o seu poder de compra em 2021. A faixa dos 50+ foi a única que cresceu entre os consumidores do comércio eletrônico no ano passado, respondendo por 33,9% dos pedidos online. Esta foi a primeira vez que esta faixa etária ultrapassou a dos adultos de 35 a 49 anos (33,2%), historicamente o maior público que compra pela internet. Os dados são da pesquisa Webshoppers, da consultoria NielsenIQ Ebit, em parceria com a Bexs Pay. O estudo é realizado desde 2001.

“Este consumidor mais maduro está cada vez mais aberto a usar a tecnologia e os sites também estão mais intuitivos, o que facilita a navegação”, conta o diretor de e-commerce da NielsenIQ Ebit, Marcelo Osanai.

Os consumidores mais velhos compram, principalmente, artigos de construção e ferramentas, sendo que 51% das compras do segmento foram feitas por maiores de 50 anos; saúde (43%); e eletrodomésticos (42%).

E-commerce em 2021
O comércio eletrônico movimentou R$ 182,7 bilhões no ano passado, um crescimento de 27% com relação a 2020 – quando o setor faturou R$ 143,6 bilhões. Ao todo, 87,7 milhões de brasileiros fizeram 400 milhões de pedidos em 2021. Deste total de consumidores, quase 13 milhões compraram pela primeira vez na internet.

Apesar de positivo, o aumento das vendas online em 2021 ficou abaixo do ano anterior, quando cresceu 41%. De acordo com a consultoria, explicam esta desaceleração a inflação – que reduz o poder de compra da população – e a reacomodação do e-commerce, com a reabertura das lojas físicas.

O tíquete médio geral das vendas ficou em R$ 443, uma alta de 5% sobre 2020, sem descontar a inflação. O celular é o meio mais usado nas compras online: 59% dos pedidos foram feitos em dispositivos móveis (239,6 milhões de encomendas), que respondem por 53% do faturamento (R$ 95,4 bilhões) – uma alta de 32% sobre 2020. No ano passado, o ticket médio das compras em mobile foi de R$ 398 (+6% vs. 2020).

E-commerce cross-border
O número de consumidores que buscam comprar de lojas online estrangeiras teve aumento acima do total geral do mercado brasileiro: o faturamento subiu em 60%, em relação a 2020, chegando a R$ 36,2 bilhões. Compras em sites estrangeiros já representam 17% do total movimentado pelo e-commerce brasileiro.

Conforme o levantamento da NielsenIQ Ebit, 68% dos entrevistados fizeram compras cross-border em 2021 e 71% pretendem manter a prática em 2022. Para 63% destes consumidores, o maior atrativo dos sites de e-commerce estrangeiros são os preços mais baixos. A diminuição dos prazos de entrega também atrai muita gente.

“A avaliação dos brasileiros aos sites estrangeiros é a melhor dos últimos três anos, em grande parte por conta da redução no tempo de entrega. O brasileiro tem apetite por consumir produtos do exterior”, afirma Marcelo Orsanai.

A maior integração de métodos de pagamento locais em lojas virtuais estrangeiras também favorece o e-commerce cross-border. “O que antes era restrito a uma pequena parcela da população, a que tinha cartão de crédito internacional, agora pode ser acessado por mais pessoas, seja via boleto, cartões nacionais ou mesmo o Pix”, avalia Luiz Henrique Didier Jr, CEO da Bexs Pay.

Confira mais dados da pesquisa Webshoppers sobre o desempenho do comércio eletrônico brasileiro em 2021:

Renda

  • Os que ganham entre 4 e 10 salários-mínimos responderam por 33,2% das vendas online totais no Brasil, uma alta de 1,7 ponto porcentual sobre 31,5% do ano passado;
  • Consumidores que ganham até 4 salários-mínimos recuaram de 51,9%, para 50,9%;
  • Os que ganham acima de 10 salários-mínimos passaram de 16,6%, para 15,9%.

Frete grátis
O número de pedidos sem custo de envio aumentou em 10 pontos percentuais em 2021, chegando a 47% do total. Nas compras em apps de delivery de supermercado, 53% dos consumidores tiveram frete grátis na última compra.

Alimentos e bebidas
O hábito de compras de supermercado por meio de plataformas digitais foi consolidado em 2021. A categoria de alimentos e bebidas foi a que mais se destacou em número de pedidos: alta de 107% sobre o ano anterior. A maior expansão de vendas foi de hortifrutigranjeiros (119,4%), sobremesas & confeitaria (50,8%), bomboniere (48,9%), matinais (29,2%) e mercearia (22,7%).

Produtos com mais peso
As categorias que mais pesam no faturamento do setor no ano passado são: eletrodomésticos (21%), telefonia (20%), casa e decoração (11%) e informática (10%).

Homens x mulheres
Os homens responderam por 53,5% do valor das compras, enquanto as mulheres fizeram 57,4% dos pedidos. Isso significa que enquanto elas geram mais pedidos, com menor valor e maior diversidade, eles adquirem mais produtos com valor agregado e artigos eletrônicos e de informática. O tíquete-médio deles é 35% maior que a média de gasto delas: R$ 555 contra R$ 359.

Regiões do Brasil
A região Sudeste lidera o ranking, com 63% de todo o total de vendas — uma alta de 21% em relação ao ano anterior. Na sequência, aparecem as regiões Sul (15%), Nordeste (12%), Centro-Oeste (7%) e Norte (3%). A última região – ainda que sua participação no total seja a menor – foi a que mais registrou aumento na comparação com 2020, com uma alta de 31% nas vendas.

Período de mais vendas

  • Os meses de janeiro a abril impulsionaram o crescimento das vendas totais do e-commerce em 2021;
  • Houve um crescimento expressivo durante o primeiro semestre de 2021, totalizando 41%;
  • O segundo semestre contribuiu com 17% das vendas versus 2020;
  • Os shoppers concentraram suas vendas de segunda a quinta-feira.

Produtos mais comprados fora do Brasil
As categorias mais compradas em sites estrangeiros, no ano passado, foram:

  • Moda (38%);
  • Eletrônicos (36%);
  • Casa e decoração (24%).

Plataformas estrangeiras mais comuns

  • Shopee (56%, contra 8% em 2020);
  • Aliexpress (44%, contra 52% no ano passado);
  • Amazon (44%, ante 49% em 2020);
  • Shein (21%).

Varejo S.A. (Com informações do Diário do Comércio e Mercado&Consumo).