Data deve movimentar quase R$ 27 bi na economia. 76% pretendem pagar o presente à vista, principalmente no PIX (30%). 35% dos que pretendem presentear estão com contas atrasadas
O Dia dos Pais deve movimentar R$ 26,94 bilhões no comércio. É o que aponta levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas. De acordo com a pesquisa, 68% dos consumidores pretendem comprar presentes no Dia dos Pais este ano. Na prática, isso significa que aproximadamente 110,5 milhões de pessoas devem presentear seus entes queridos no segundo domingo de agosto, um aumento numérico de 8,7 milhões na estimativa deste ano, quando comparado ao ano passado.
A pesquisa aponta ainda um crescimento no número de pessoas que pretendem gastar mais em 2023. De acordo com os entrevistados, 36% pretendem gastar mais que em 2022 (com destaque entre os homens), 35% o mesmo valor e 17% querem gastar menos (queda de 9 pontos percentuais frente a 2022, sobretudo as mulheres e classes C/D/E).
Entre aqueles que pretendem gastar mais, 41% desejam comprar presentes melhores, 40% acreditam que os preços dos produtos estão mais altos e 28% querem comprar mais presentes. Já entre aqueles que pretendem gastar menos, 34% querem economizar, 19% estão com o orçamento apertado, 12% citam as incertezas do cenário econômico e 12% vão dividir o valor do presente com outra pessoa.
A pesquisa aponta que o valor médio dos gastos será de R$ 244 ao todo. Os consumidores pretendem comprar, em média, 1,7 presente.
Itens de vestuário lideram o ranking de presentes para o Dia dos Pais. 76% pretendem pagar à vista
Oito em cada dez consumidores (76%) pretendem pesquisar preços para economizar antes de fazer as compras do Dia dos Pais, sendo que a maioria utilizará sites (72%), shopping (41%) e redes sociais (38%). Para 67% dos entrevistados que fizeram compras na data em 2022, os produtos estão mais caros este ano; 29% acreditam que estão na mesma faixa de preço; e 4% que estão mais baratos.
Assim como no ano passado, as roupas correspondem à maior parte das intenções de compra para a data (52%), seguidas de perfumes e cosméticos (34%), calçados (34%) e acessórios (24%), como meias, cinto, óculos, carteira e relógio.
A grande maioria dos consumidores (76%) pretende pagar o presente à vista, principalmente no PIX (30%) e no dinheiro (24%). Por outro lado, 37% têm intenção de pagar parcelado, com destaque para o cartão de crédito (33%). Em média, serão feitas 4,2 prestações, com crescimento de 0,5 frente a 2022.
O levantamento aponta ainda que 83% pretendem pagar o(s) presente(s) sozinhos, enquanto 13% vão dividir, sendo com irmãos/irmãs (36%), com o cônjuge (25%) e com outros familiares (21%). Entre estes, 31% pretendem dividir o pagamento do(s) presente(s) para dar um presente melhor/mais caro, 28% querem reduzir os gastos e 22% porque os preços estão muito altos.
Entre os entrevistados, 62% pretendem presentear o próprio pai, 19% o esposo, 11% o pai de seus filhos e 9% o sogro.
Lojas físicas serão os principais locais de compras
A maioria dos entrevistados (74%) pretende realizar suas compras nos canais físicos, principalmente em shoppings centers (31%), nos shoppings populares (17%) e lojas de departamento (16%). Mas 39% pretendem realizar as compras pela internet, sobretudo em sites (73%), aplicativos (70%) e Instagram (22%).
Entre aqueles que farão as compras em sites e lojas online, 54% utilizarão os sites de varejistas nacionais, 52% de varejistas internacionais, 33% em marketplaces e 31% sites de lojas de departamento.
“A primeira data comemorativa do segundo semestre funciona como um termômetro para o setor que acompanha as tendências de compra dos consumidores para as festas de final de ano. A pesquisa traz ânimo para o setor uma vez que aponta que os consumidores deverão gastar mais este ano”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Quando se trata dos fatores que influenciam no local de compra: 50% destacam o preço, 39% as promoções e descontos, 39% a qualidade dos produtos e 33% o frete grátis.
O principal local de comemoração da data será na própria casa (34%), seguido pela casa do pai (33%) e 10% pretendem almoçar fora.
26% dos entrevistados costumam gastar mais do que podem para presentear no Dia dos Pais
A vontade de retribuir o carinho e o esforço do pai (43%), ter o costume de presentear pessoas queridas (25%) e considerar que o presente é um gesto importante (25%) são os principais motivos apontados pelos entrevistados que irão comprar presentes no Dia dos Pais.
O problema surge quando a vontade de demonstrar gratidão se sobrepõe à responsabilidade sobre as finanças pessoais: 26% dos entrevistados costumam gastar mais do que podem com os presentes de Dia dos Pais e 12% pretendem deixar de pagar alguma conta para realizar a compra. Além disso, 35% dos que pretendem presentear estão atualmente com o pagamento de alguma conta em atraso, sendo que 66% destes também estão com o nome negativado.
“O país enfrenta um longo período de alta na inadimplência, o que afeta diretamente o poder de consumo da população. A prioridade deve ser o pagamento das contas em atraso, planejar os gastos e fazer muita pesquisa de preço”, alerta a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges.
CNDL