Como lidar com a raiva e a tristeza no trabalho

22 de maio de 2012

Já se foi o tempo que mascarar sentimentos era a regra de ouro profissional, mas o que fazer quando não dá para segurar o choro no meio do expediente?

São Paulo – “Problemas pessoais? Da porta para fora da empresa”. Você já deve ter ouvido esta “regra” e, em alguns momentos, até tentou segui-la. Mas até que ponto é, realmente, possível separar totalmente sua vida pessoal da profissional? E quando o principal fator para o desequilíbrio emocional está bem ali no meio do expediente?

“Como ser humano você não pode passar por cima das suas emoções”, afirma Neto Pucci, da consultoria J. Pucci. “As emoções que são contidas por motivos de trabalho podem explodir de outras formas, como em uma doença”.

“É natural sentir raiva, tristeza e amor. A questão é como demonstrar e lidar com estes sentimentos”, diz a consultora Lúcia Velasco.

Conheça seus limites

É consenso entre os especialistas que para manter as emoções em ordem diante dos colegas e chefia é preciso ter uma boa consciência sobre si mesmo. “O princípio da sabedoria é conhecer o limite das suas limitações”, afirma Neto Pucci.

Isso significa que é necessário saber o que tira e o que coloca você dos trilhos do equilíbrio emocional. “Você precisa saber exatamente quais comportamentos consegue lidar e com quais você tem mais dificuldade”, diz Lúcia.

Antecipe-se

Com base nesses achados sobre seu temperamento emocional, tenha um plano de emergência em caso de situações extremas. “Sempre que participar de um evento que pode te estressar, faça um planejamento”, aconselha Guilhermos Rego, diretor-geral da Elevartis.

Se a conversa desaguar, por exemplo, em um cenário muito próximo daquele é que é capaz de tirar você do sério, crie alguma estratégia para refrescar a cabeça antes que o problema exploda –  como pedir licença e sair da sala para beber água.

Notifique

Dependendo do nível do problema pessoal, os especialistas aconselham notificar a chefia ou o departamento de recursos humanos. Mas nem sempre é preciso entrar em detalhes. “O fato de você vivenciar alguns problemas não anula o fato de você ser um bom profissional”, afirma Pucci.

Cuidado, no entanto, para não assumir um papel de vitima e se eximir das suas responsabilidades profissionais. “Fique atento para não extrapolar. Se desabafou, volte ao trabalho”.

Se precisar chorar, não reprima o choro. Mas faça isso com discrição, aconselham os especialistas. Agora, “se você chora porque fica lembrando o tempo todo do problema pessoal, é melhor tentar tirar uma licença de alguns dias”, diz Rego.

Por Talita Abrantes, de Exame.com