Data deve movimentar quase R$ 25,6 bi na economia. 75% pretendem pagar o presente à vista, principalmente no PIX (38%). 35% dos que pretendem presentear estão com contas atrasadas
O Dia dos Pais deve movimentar R$ 25,56 bilhões no comércio. É o que aponta levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas. De acordo com a pesquisa, 68% dos consumidores pretendem comprar presentes no Dia dos Pais este ano. Na prática, isso significa que aproximadamente 110,9 milhões de pessoas residentes nas capitais devem presentear seus entes queridos no segundo domingo de agosto.
De acordo com os entrevistados, 32% pretendem gastar mais que em 2023, 35% o mesmo valor e 19% querem gastar menos. Entre aqueles que pretendem gastar mais, 56% desejam comprar presentes melhores, 27% acreditam que os preços dos produtos estão mais altos e 23% tiveram melhoria na renda mensal. Já entre aqueles que pretendem gastar menos, 37% estão em situação financeira difícil, 28% para economizar, 14% estão desempregados, 14% precisam pagar dívidas em atraso e 12% não conseguiram juntar dinheiro.
Sete em cada dez consumidores (70%) acreditam que os produtos estão mais caros este ano, para 24% estão na mesma faixa de preço e 7% estão mais baratos. A pesquisa aponta que o valor médio dos gastos será de R$ 230 ao todo. Os consumidores pretendem comprar, em média, 1,6 presentes.
“A pesquisa mostra uma estabilidade em relação aos gastos comparados com o ano passado. O consumidor está cauteloso e deve fazer muita pesquisa antes de comprar os presentes”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Itens de vestuário lideram o ranking de presentes para o Dia dos Pais. 75% pretendem pagar à vista
A maioria dos consumidores (78%) pretendem pesquisar preços para economizar antes de fazer as compras do Dia dos Pais, sendo que a maioria utilizará sites / aplicativos (65%), redes sociais (41%) e shopping (35%).
Assim como no ano passado, as roupas correspondem à maior parte das intenções de compra para a data (47%), seguidas de perfumes e cosméticos (35%), calçados (27%) e acessórios (21%), como meias, cinto, óculos, carteira e relógio.
A grande maioria dos consumidores (75%) pretende pagar o presente à vista, principalmente no PIX (38%) e no cartão de débito (21%). Por outro lado, 34% têm intenção de pagar parcelado, com destaque para o cartão de crédito (31%). Entre os que pretendem parcelar as compras, 30% pretendem pagar em 3 vezes e 22% em 4 vezes. Em média, serão feitas 4 prestações.
O levantamento aponta ainda que 81% pretendem pagar o(s) presente(s) sozinhos, enquanto 14% vão dividir, principalmente com irmãos/irmãs (35%), com o cônjuge (26%) e com os filhos (21%). Entre os pretendem dividir o pagamento do(s) presente(s), 35% porque é forma de reduzir os gastos, 19% estão sem dinheiro e 17% querem dar um presente melhor / mais caro.
Entre os entrevistados, 59% querem presentear o próprio pai, 19% o esposo, 11% o pai de seus filhos e 8% o irmão.
Lojas físicas serão os principais locais de compras
A maioria dos entrevistados (69%) pretende realizar suas compras nos canais físicos, principalmente em shoppings centers (28%), lojas de departamento (15%) e shopping populares (14%). Mas 40% pretendem comprar pela internet, sobretudo aplicativos (71%), sites (59%) e Instagram (17%).
Entre aqueles que farão as compras em sites e lojas online, 57% utilizarão os sites varejistas internacionais, 38% de varejistas nacionais e 35% de compra e venda de produtos novos ou usados.
De acordo com os entrevistados, os principais motivos para comprar os presentes em sites de varejistas internacionais são: preço baixo (73%), maior variedade de produtos (46%), economia de gastos (37%) e qualidade dos produtos (32%).
Quando se trata dos fatores que influenciam no local de compra: 48% destacam o preço, 36% a qualidade dos produtos, 31% as promoções e descontos e 25% pelo frete grátis.
O principal local de comemoração da data será na própria casa (37%), seguido pela casa do pai (36%) e 8% pretendem almoçar fora.
24% dos entrevistados costumam gastar mais do que podem para presentear no Dia dos Pais
A vontade de retribuir o carinho e o esforço do pai (43%), considerar que o presente é um gesto importante (29%) e ter o costume de presentear pessoas queridas (25%) são os principais motivos apontados pelos entrevistados que irão comprar presentes no Dia dos Pais.
O problema surge quando a vontade de demonstrar gratidão se sobrepõe à responsabilidade sobre as finanças pessoais: 24% dos entrevistados costumam gastar mais do que podem com os presentes de Dia dos Pais e 10% pretendem deixar de pagar alguma conta para realizar a compra. Além disso, 35% dos que pretendem presentear estão atualmente com o pagamento de alguma conta em atraso, sendo que 65% destes também estão com o nome negativado.
“O número de inadimplentes no país tem batido recorde, o que impacta diretamente no consumo das famílias. Sair da inadimplência é tão desafiador quanto se manter fora dos cadastros de negativados. A prioridade deve ser o pagamento das contas e a negociação das dívidas. Não vale a pena se endividar para presentear”, alerta a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges.
CNDL