Saiba como tirar proveito do ‘quem indica’ para conseguir um emprego

10 de agosto de 2012

Empresas costumam pedir e valorizar referências profissionais.
Especialistas orientam como tirar proveito da rede de contatos.

Ter uma boa rede de contatos é tão importante quanto um bom currículo, ainda mais em tempos de mercado aquecido, no qual as empresas disputam os bons profissionais. Mas especialistas alertam: é preciso cultivar sempre os relacionamentos para poder contar com as pessoas na hora de pedir referências ou indicações para o mercado de trabalho. E as empresas costumam valorizar bastante as referências, principalmente de ex-chefes, para o preechimento das vagas. É o popular ‘Q.I.’, ou seja, ‘quem indica’, que pode beneficiar o candidato à vaga e até o funcionário que o indicou.

O analista administrativo de obra João Batista Marques de Oliveira indicou o encarregado de carpinteiro José Luis Pereira Maciel para a empresa do mercado imobiliário Tecnisa. “Na mesma hora em que fiquei sabendo da vaga lembrei dele. Eu já conhecia o trabalho dele e quando indiquei disse que era de confiança”, diz Oliveira. Os dois haviam trabalhado juntos por mais de um ano em uma obra de outra empresa. Oliveira garante que não tem medo de que Maciel não corresponda às expectativas da empresa. “Se tivesse medo, nem indicaria”, afirma.

Oliveira, há 8 meses na Tecnisa, participou de uma campanha na qual a incorporadora dá bônus de até R$ 250 ao funcionário que indicar um conhecido ou amigo para uma vaga aberta. Todas as semanas, o departamento de recursos humanos divulga internamente as oportunidades abertas. Para garantir a remuneração extra, o amigo indicado tem que ser efetivado após o período de experiência. O bônus vale para todas as funções na companhia e é de R$ 250 para a área administrativa e de R$ 100 para a área operacional. No quarto mês após a contratação, o funcionário que indicou o amigo recebe o prêmio em dinheiro. Maciel ainda está em período de experiência, por isso, Oliveira ainda não recebeu o bônus pela indicação.

Oliveira diz que pretende indicar outras pessoas para futuras vagas que aparecerem, mas priorizará ex-colegas de trabalho. “Já conheço a forma de trabalhar”, diz. O analista administrativo diz que pensa até em pessoas com quem não tem muito contato, mas que chamam a atenção pela forma de trabalhar, na hora de fazer a indicação. “O ‘boca a boca’ é muito importante. Indiquei o José Luis, que trouxe muitos outros. É uma boa opção”, diz.

José Luis Pereira Maciel (à esq) foi indicado pelo amigo João Batista Marques de Oliveira (Foto: Caio Kenji/G1)

Maciel diz que não tem medo de a empresa não gostar do seu trabalho e dispensá-lo e isso “pegar mal” para o seu amigo. “Indicamos as pessoas porque já trabalhamos juntos, sabemos que não tem problema. Assim é mais fácil do que buscar de fora”, diz Maciel.

De acordo com Marcello Zappia, diretor de RH da Tecnisa, desde abril, quando começou a campanha do bônus, a empresa recebeu 328 currículos – desses, 7 profissionais já foram contratados para a área administrativa e 31 para as obras. “Como a primeira contratação foi em maio, ainda não temos nenhum indicado que tenha passado pelo período de experiência, mas estamos na torcida”, diz Zappia. O diretor de RH acha que o método de contratação por indicação melhora a qualidade da mão de obra contratada. “Os colaboradores só indicam pessoas muito parecidas com eles, com os mesmos valores. Com isso, as contratações viram um círculo virtuoso – o colaborador possui os mesmos valores que a Tecnisa e indica pessoas com os mesmos valores”, explica.

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Por Marta Cavallini – Do G1, em São Paulo