Freud já examinava os efeitos da pressa no início do século XX. O que o estudioso denominava como neurose da ansiedade, a Associação Brasileira de Psiquiatria chama atualmente de transtorno da ansiedade generalizada. No meio corporativo, o distúrbio é conhecido como síndrome da pressa.
Identificada entre colaboradores que assumem muitas tarefas e compromissos, e vivem sob a pressão do cumprimento de metas, a síndrome da pressa pode levar a problemas de saúde graves, como estresse, risco de infarto, depressão, gastrites, úlceras, além de ser um fator negativo nas relações interpessoais.
No trabalho, os apressadinhos podem causar muitos transtornos, pois quem é pressionado também costuma pressionar. Os riscos desse comportamento desregrado afetam diretamente a produtividade da equipe e pode comprometer até mesmo a lucratividade do negócio.
Para resolver o problema, é preciso ir à origem dele. Geralmente, a correria exacerbada tem suas raízes ligadas a dois fatores principais: ambiente de trabalho mal estruturado ou gerenciamento inadequado do tempo.
A responsabilidade da empresa
Quando falamos em ambiente de trabalho saudável, não tratamos somente dos aspectos ocupacionais e estruturais. Colaboradores que trabalham pressionados constantemente por metas e resultados nem sempre respondem à altura das expectativas e apresentam problemas de criatividade e concentração. E isso não é nada bom para um negócio.
Os gestores devem ficar atentos às funções de cada membro da equipe. Abarrotar um colaborador de tarefas importantes pode significar perda de produtividade quando o mesmo não está preparado para realizá-las com a agilidade necessária, situação propícia para o desenvolvimento da síndrome da pressa.
Gestão do tempo: encargo do colaborador
Grande parte das pessoas que vivem na correria alega falta de tempo, mas a síndrome da pressa é diagnosticada em pessoas que não conseguem gerenciar o tempo de forma otimizada.
A Triad PS, organização especializada em gerenciamento do tempo e produtividade, realizou uma pesquisa em 2010 cujos resultados não são nada agradáveis. Dentre os 1.600 entrevistados, pelo menos 33% gasta em torno de duas horas do expediente com ações improdutivas, como acessar redes sociais e e-mails particulares, fazer compras pela internet, e por aí vai.
O colaborador deve escalar prioridades e metas para atingir resultados consistentes no trabalho e, assim, evitar o aparecimento de imprevistos e urgências. O primeiro passo para reorganizar a rotina é controlar a ansiedade. O outro é listar as tarefas por dia em uma agenda com anotações ou mesmo montar uma planilha no Excell.
E não desista no meio do processo. “Tratar” a síndrome da pressa é como um processo de desintoxicação de uma droga: exige tempo. Enfim, não existem receitas prontas e cada caso deve ser analisado de forma personalizada. Se você se enquadra nesse perfil, busque urgentemente o equilíbrio para evitar transtornos maiores no trabalho e na sua qualidade de vida fora dele.
Fonte: http://www.a3consultoria.com.br