Bancos cortam juros e elevam tarifas em até 191% no ano

27 de setembro de 2012

Desde abril, os bancos sucessivamente anunciam redução de juros em diversas linhas de crédito, mas segundo divulgado pelo Banco Central nessa quarta-feira (26/9), o juro médio cobrado nas operações de crédito livre, inclusive, atingiu seu menor patamar da série histórica iniciada em 2000 e ficou em 30,1% ao ano.

Questionadas, as instituições financeiras não comentam se o aumento de tarifas tem por objetivo compensar a queda de juros.

No compilado dos dados dos bancos públicos e privados, a maior variação foi verificada no serviço de compra e venda de moeda estrangeira em cartão pré-pago, que na média passou de R$ 18,33 para R$ 53,44 entre janeiro e setembro deste ano, uma variação de 191%. Todas as tarifas de operações de câmbio tiveram reajuste no período.

O fornecimento de extrato mensal também sofreu um dos maiores aumentos, de 49,5%, passando de uma média de R$ 2,48 para R$ 3,71. Os dados das tarifas são informados pelas instituições financeiras ao Banco Central. A comparação foi realizada entre as tarifas disponíveis nos dias 2 de janeiro e 19 de setembro deste ano no segmento pessoa física.

Dentre os cinco maiores bancos de varejo, o Bradesco foi o que mais apresentou reajustes. De 45 tarifas, dez cresceram. O serviço de pagamento de contas utilizando a função crédito em espécie passou de R$ 7,9 para R$ 15, uma variação de 89,8% – a maior. Uma tarifa diminuiu no período: anuidade do cartão básico nacional.

O Bradesco afirma que a tabela de serviços reflete os valores máximos e não os efetivamente praticados, pois variam de acordo com o relacionamento do cliente com o banco.

“De um modo geral os preços dos pacotes de tarifas do Bradesco estão em patamares inferiores à média de mercado”, diz o banco em nota.

O Banco do Brasil foi o segundo que mais fez reajustes no período. De 42 tarifas, oito delas aumentaram e uma diminuiu. A tarifa cobrada nos depósitos identificados cresceu mais e passou de R$ 2,7 para R$ 3,1, uma variação de 14,8%. A tarifa de fornecimento de extratos passou de R$ 1,6 para R$ 1,8 e ficou 12,5% maior.

O Banco do Brasil informa que manteve inalteradas as tarifas bancárias no período de 2008 a 2011, mas que no ano passado e neste realizou dois movimentos de correção dos preços praticados em percentuais, em média, inferiores a índices de inflação observados no período, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 5,24% no acumulado dos últimos 12 meses terminados em agosto.

No entanto, das oito tarifas que sofreram aumento no Banco do Brasil, conforme os dados do Banco Central, somente uma delas teve reajuste abaixo do IPCA, no serviço de concessão de adiantamento a depositante (aumento de 2%).

Das 43 tarifas informadas pelo Santander, duas sofreram reajuste entre janeiro e setembro. A maior variação, de 13,3%, foi no serviço de avaliação emergencial de crédito, que passou de R$ 15 para R$ 17.

Fonte: Tribuna da Bahia