Melhores carreiras do mundo digital

28 de setembro de 2012

Mercado procura profissionais e oferece bons salários, mas exige que eles tenham uma infinidade de características técnicas e comportamentais

No mercado digital, há vagas de sobra e os salários — que maravilha — estão bem inflacionados. Cenário perfeito para quem quer fazer uma carreira de ascensão rápida, sem precisar se matar de trabalhar e ainda com excelente retorno financeiro. Certo? Nem tanto. Que há vagas ninguém contesta. Que os salários estão acima do que manda o bom senso também não. No entanto, quem quiser se candidatar a um desses postos pode se preparar para uma prova de fogo. As exigências das agências com seus profissionais também estão — se é que podemos usar essa palavra – um tanto “inflacionadas”, principalmente no que diz respeito a competências comportamentais. Atualmente, ser bom tecnicamente é um detalhe remediável.

Mapa das oportunidades
Para saber quem são os profissionais que agências e empresas estão procurando desesperadamente, a Associação Brasileira das Agências Digitais (Abradi) conduziu um levantamento exclusivo para ProXXIma dos cargos que elas não conseguem preencher e das características que mais buscam nos profissionais. Foram ouvidas cerca de 150 empresas.

Os cargos mais difíceis de preencher: No total de 16 cargos, nove foram citados por 20 agências ou mais

Os cargos mais difíceis de preencher: No total de 16 cargos, nove foram citados por 20 agências ou maisO TOP5 dos cargos mais difíceis de preencher foi liderado por Programador, apontado por 73 dos entrevistados, Executivo Comercial e Novos Negócios, apontado por 54, Gerente de Projetos, citado por 51, Diretor de Planejamento, com 29, e Arquiteto de Informação, com 27, (veja na imagem ao lado). No total de 16 cargos, nove foram citados por 20 agências ou mais.Já quando os assuntos são as características profissionais, apenas um de 12 itens foi citado por menos de 20 entrevistados (Sólida formação acadêmica, apontado por apenas 6). Esse TOP5 é composto pelas características “Criativo e inovador”, apontado por 80 agências, “Generalista”, com 72, “Conhecedor e pesquisador de ferramentas e novas tecnologias”, 70, “Comprometido com as metas e os valores da empresa”, 67, “Pontual e zeloso com prazos, orçamentos e regras”, com 57.

Para Jonatas Abbott, presidente da Abradi e sócio-diretor executivo da Dinamize, o levantamento ilustra bem o momento de crescimento do mercado

digital brasileiro e o problema crônico de formação no Brasil. “Na prática, a grande queixa das agências é que elas acabam formando o profissional dentro de casa, mas com frequência o perdem para um concorrente”, diz ele.

Disputados e bem pagos
Essa disputa por profissionais, claro, aquece o mercado e faz com que eles sejam cada vez mais valorizados, tendo mérito ou não para isso. O cargo de programador sênior, por exemplo, foi valorizado 30% em um ano, segundo Jonatas. “O profissional de atendimento de uma hora para outra teve aumento de 40% e o diretor de mídia, de 50%”, ressalta. Qual a explicação? “A formação na área de mídia, por exemplo, é escassa e a procura por este tipo de profissional, comum nas agências de propaganda, aumentou em mais de 80% no mercado digital brasileiro.”

Além disso, é comum Jonatas ouvir de agências e empresas de tecnologia no Brasil que faltam bons comerciais, o segundo cargo mais apontado no ranking. “Há dois problemas aí: um na histórica carência de formação comercial no Brasil, onde ‘ vendedor’ é um termo pejorativo e não uma profissão, e outro na falta de conhecimento da área pelos empreendedores de tecnologia”, diz ele. “O resultado é que os donos das agências são os vendedores da empresa e agem muito mais por reação do que por prospecção.”

Por Fernanda Bottoni
Disponíivel em: http://www.proxxima.com.br