Bernardinho mostrou suas estratégias de trabalho em equipe, liderança e disciplina em palestra na 12ª Convenção ABF do Franchising
Qual é o segredo para uma sucessão de vitórias? O técnico de vôlei Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho, contou as suas estratégias de trabalho em equipe, liderança e disciplina em uma palestra durante a 12ª Convenção ABF do Franchising. Do treino à superação da derrota, ele apontou como técnicas do esporte podem ser aplicadas na gestão empresarial.
Resultados. Todos temos de entregá-los. Se algo não é rentável, vamos ter de mexer. E o primeiro a cair é o treinador. Como conseguimos apresentar resultados? Com diferenciais. De produto, serviço, atendimento, treinamento, gestão.
Diferenciais. Em que vocês se sustentam? No capital? Se orçamento fosse garantia, nenhum grande time de futebol brasileiro cairia para a segunda divisão. O fato é que não há ligação entre capital e eficiência. A correta alocação de recursos gerará bons resultados. O verdadeiro diferencial está nas pessoas. Minha missão como treinador é escolher pessoas e formar equipes. Nem sempre os melhores formam as melhores equipes, mas sim os certos.
Disciplina e comprometimento. Qual é o cartão de visitas de um profissional de qualquer área? É o talento? Isso basta? Se bastasse, o Brasil não teria perdido a Copa de 2006. Não faltou talento. Faltaram disciplina e comprometimento. A Alemanha jogou tantas finais de Copa quanto o Brasil. Apesar de não ter tantos talentos, tem tanta eficiência quanto nós. O que eles têm? Planejamento, disciplina e comprometimento.
Concorrência. Eu não tenho como impedir que o oponente jogue. A única forma de bater o concorrente é sendo mais eficiente nas nossas ações e ocupando espaço no nosso mercado. Meu pai sempre diz: meu filho, Bernardo, não se esqueça de fazer a bola cair do lado de lá e não deixar a bola cair do lado de cá. Então precisamos da técnica que minimize os ataques deles.
Derrota. Qual é a única forma de aprender com a ela? Assumindo a responsabilidade. Se a atribuirmos ao mercado, ao franqueado, nunca vamos aprender por que perdemos. E não vamos modificar a estratégia futura.
Time. O sucesso final é o resultado de um esforço coletivo. O que é um time? Ele é formado por pessoas que têm objetivos em comum. Mas tão importante quanto isso é a consciência de que só vamos atingir esses objetivos com a participação de todos. Se a peça que está na última linha do seu organograma não estiver comprometida, você estará fadado ao fracasso.
Planejamento. É o projeto da ponte que liga os objetivos às realizações. A disciplina é a construção dessa ponte, dia após dia, venda após venda, cliente após cliente. Em um campeonato, nós chegamos a Amsterdam e soubemos que era feriado e não poderíamos treinar na quadra. Vi o estacionamento do hotel e falei para os jogadores: vamos treinar aqui. Quando você aperta, todo mundo fica “de bico”, mal-humorado. Depois, começou a Liga Mundial. Chegamos à final e vencemos. Na coletiva de imprensa, o repórter perguntou como fizemos para ganhar. E o jogador falou: neste ano, até no asfalto a gente treinou.
Conhecimento. O treinador é, fundamentalmente, um gestor de pessoas. Mas tem outra questão, a técnica, de aprimorar as ferramentas. Tudo que eu tenho de informação é o que o mercado me dá. Preciso determinar o padrão do adversário. Montar a estratégia. Mas tudo o que temos é informação. Como vamos usar esses dados é o que nos diferencia da concorrência – ao determos informação, trabalharmos os dados e transformá-los em conhecimento. Esse é o verdadeiro diferencial competitivo.
Responsabilidade. Como se constroem carreiras, times longevos? Tenho muita admiração pelos atletas consistentes. Como eles conseguem? Sobre três pilares: integridade moral, competência profissional e solidariedade social. Construir uma grande empresa é um privilégio. Mas todo privilégio vem acompanhado de responsabilidade.
Por Mariana Iwakura, da Ilha de Comandatuba (BA)
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